sexta-feira, 11 de junho de 2010

O tempo...

Em época de exames... Não, não vou falar do tempo da obra do Memorial do Convento de José Saramago.
Muito menos do tempo
meteorológico e doentio que nos rodeia.
Um pouco como
Fernando Pessoa , a dor de pensar e a nostalgia da infância, são os motivos que me trazem por aqui hoje.
Vou escrever, sim, sobre o melhor ano da minha vida que está prestes a acabar. Sei que nem metade vai ler isto, mas, isto é um blog, serve para escrever o que não conseguimos dizer seja por que motivo for.


No mesmo instante em que começará para mim uma vida totalmente nova...
Os meus últimos momentos com os meus amigos... (Últimos momentos conscientes, porque nós sabemos desde sempre que terá um fim). E o fim não será necessariamente a minha partida, porque no fim das contas... Todos nós acabaremos mudando e crescendo. E às vezes penso que tudo acontece cedo demais.

Isto não fala só do presente, do passado também. E do futuro certamente.

Quando tenho os meus amigos, eu tenho tudo. TUDO! Não sinto falta de amor. Quero somente a companhia deles, de todos!
Eu queria que fosse possível nos vermos todos os dias, mesmo que não tivéssemos absolutamente nada para fazer. Todos os meus espaços seriam preenchidos, não existiria vazio. Eu queria que a felicidade que tenho tido até agora durasse para sempre.

Até que ponto podemos gostar dos nossos amigos? Não sei exactamente como estas coisas acontecem, mas quando damos conta, amamos cada minuto e cada defeito, cada briga e cada silencio. Amamos até os momentos maus, porque amar significa exactamente isso, estar sempre ali, mesmo que as coisas não estejam muito bem.

Eu passei a amar profundamente os meus amigos quando senti o primeiro aperto no peito, quando imaginei pela primeira vez o que seria da minha vida sem eles. E aqueles meses de espera foram os meses que eu mais amei, em toda a minha vida.

A história repete-se agora, com mais intensidade, por vários motivos... Eu sei que quando dizem "viver cada dia como se fosse o ultimo" quer dizer exactamente o que temos vindo a fazer.
Viver! E principalmente, viver com INTENSIDADE.


Hoje em dia eu vejo que muita gente se esqueceu. E a distância é literalmente assim, distancia as pessoas. E vai-se repetir de novo, com alguns pelo menos.

Um dia alguém escreveu num muro: "A distância é como o vento, apaga as chamas pequenas, mas fortifica aquelas profundas". E é isso mesmo!

Hoje a nossa amizade é "Tenho que contar isto ao Paulo, ele até vai variar!", ou "Adorava que a Carla estivesse aqui para ver isto!", entre tantas outras pessoas e pensamentos que me vem à mente todos os dias.
Porque todos os dias, e com grande aperto no peito, me falta a nossa cumplicidade (mais vossa que minha), a troca de olhares, os abraços, aqueles momentos em que a gente ria e pensava: "Caramba, como eu sou feliz!".
Pela primeira vez não posso dizer que eu era feliz e não sabia. Porque eu sabia que eu era feliz, eu sabia que eu era infinitamente feliz. E sou, espero continuar a ser. Preciso que fiquem comigo***** Todos.

"O tempo passa, mesmo quando tal parece ser impossível. Mesmo quando cada tiquetaque do ponteiro dos segundos dói com o palpitar do sangue sob a ferida. Passa de forma irregular, em estranhos avanços e pausas que se arrastam."

Experimenta juntar o passado ao futuro e vê tudo que pode acontecer.


Gentilmente dedico a todos os amigos que tive, e aos que ainda tenho, especialmente.


Com saudade...
SpenserEntertainment!